Friday 3 July 2009

It fades



Chegou a hora de apagar a luz. O que restou dela vai embora, lentamente. Aquilo que era profundo, aquilo que me fazia viver se tornara apenas sofrimento. Saudades imensas, distância maior do que eu poderia aguentar. Um dia o sol nos iluminou, abrindo nossas mentes para o mundo, abrindo minha mente para a sua beleza, sua vida, nossa vida. Vivemos juntos, passamos tempo juntos, amamos juntos, um paraíso azul. Mergulhavamos em uma lagoa de felicidade que parecia nunca acabar. Não havia mundo que nos separassem.

Até que os navios vieram, e me levaram para longe, e te levaram para longe. Um oceano de distância... sua vida, a minha vida. Diferentes, ainda ligadas. Eu precisava voltar, impossível ficar para trás. Para que um dia nosso para sempre fosse realmente eterno e eu pudesse te pertencer por completo eu teria que me afastar e me entregar novamente ao trabalho, à jornada no hotel. Ainda assim o sol não havia se posto. Tudo continuava belo, continuava azul... mas o tempo foi cruel com isso e o que nos separava tornou-se insuportável. Viajei o mundo apenas para descobrir que tudo o que queria era você, aquela inatingível você. Senti saudades de acordar ao seu lado, de sentir seus lábios, de caminhar contigo, de encarar seus olhos castanhos e ver nele o mundo pelo qual eu tanto viajava. Um mundo sereno, um mundo correto, um mundo bondoso, um mundo especial, um mundo completamente maluco de sua própria maneira, um mundo que me pertencia, um mundo que me tinha por completo.

Um ano faz que deixei minha casa, apenas para ver que será impossível voltar para ela. Pois quando eu voltar, ela estará incompleta. No horizonte eu não te vejo mais, pois saber que para estar contigo tenho que aguentar essa distância apenas doi em mim. Pior é ter certeza de que você compartilha essa dor, e insuportável se torna te causar dor. A dor de tanto amar mas não poder estar junto o tanto que queria. Não posso abandonar o hotel, talvez meu horizonte seja ele. Mas não poderia te causar mais dor.

Ao desligar o telefone ontem o que eu mais desejava era tê-la dormindo em meus braços novamente, sabendo que isso poderá não acontecer mais. Do outro lado do oceano, sei que estou te causando dor, mas acredite, será temporário. Você superará e poderá ser incrivelmente feliz sem depender de alguém que poderá não voltar tão cedo.

E assim as luzes se apagaram. Um dia talvez a gente fique juntos, em algum tempo diferente, em algum mundo diferente. E quem sabe aquele raio de luz azul volte a nos iluminar. Te amo para sempre.

Wednesday 24 June 2009

For another oasis city in the desert (or why temptation comes with hot places)


Good morning everyone,

Just another morning in paradise city. Depois de mêses sem postar, aqui estou eu, de uma das cidades que mais crescem no mundo mandando um recado à todos. Não estou em Las Vegas mais, apesar da foto ali de cima ser de lá. Não, agora o nosso amado hotel me mandou para Dubai. Mais um paraíso no meio do deserto, uma cidade maravilhosa, no entanto superficial. Sua história vem de uma pequena vila no meio do deserto à grande decisão dos controladores da região que este lugar se tornasse o mais próspero do mundo. Famosa por seu desenvolvimento repentino, Dubai decididamente não vê mal tempo.

Desde o começo de minha estadia aqui eu tentei mergulhar no que fez essa cidade se tornar o grande centro que é hoje (além de money, é claro). Gostaria de entender o motivo dessa urbanização em uma area que muitos considerariam praticamente morta, como um deserto. O mesmo aconteceu em Las Vegas, claro, apesar de LV ter um início mais sujo. Dubai, por sua vez, possui o mar. E que mar azul! Lindo, transparente, quente. E surgindo como um veleiro se aproximanto da terra está o enorme Burj Al Arab, tão estupendo e tão caro que um simples garoto do norte da Inglaterra nunca poderia imaginar ficar nele. Claro que não, mas sim, visitá-lo era possível. Eventos e mais eventos naquele lugar me fizeram ver a exuberância e superficialidade dele, representando todos os meus pensamentos subre a cidade. Construída para a futílidade, Dubai é melhor que Las Vegas pois pecados nela parecem mais escondidos. Las Vegas é o paraíso grandioso do jogo; claramente visto em sua avenida principal, rodeada pelas construções faraônicas de hoteis como Ceasar Palace, The Wynn ou até mesmo o Mirage.

No entanto, Mirage mesmo é Dubai. Uma miragem. Mar azul, praias lindas e com areias claras; mais do que uma rua, uma mera rua rodeada por prostituição e oerdição como nossa cara amiga de Nevada. Não, Dubai é mais fútil. Um sonho, um pesadelo. O que posso concluir com ela é que é uma cidade simplesmente grande demais para mim. Aproveitar-se de seu dinheiro construíndo uma cidade nova é simplesmente fora de meu padrão. Cidade linda, desenvolvida, mas incoerente com o mundo. Aquilo é o quintal dos magnatas de hoje em dia; sim, é um lugar turístico (claro, ou eu não teria sido mandado para ela), mas vale a pena apreciar-se de um paraíso, de um mundo que simplesmente não existe e que se torna tão plastificado, magnífico e incrível que, no final, não passa de uma fachada de um desenvolvimento quase inexistente?

E dias se passam no paraíso, mas a única coisa que quero é voltar para minha cara Edinburgh e trabalhar novamente naquele ambiente gostoso, cheio de história, onde eu conheço as pessoas à minha volta, onde a futilidade se resume à roupa que todos vestem nos grandes eventos do hotel. Desejo continuar minhas viagens que, ainda bem, esse emprego me permite, mas sonho com a cidade de onde vim em primeiro lugar. Conversar com pessoas de todo o mundo, conhecer novas culturas é incrível, mas nada como voltar para casa.

Melhor seria se você estivesse me esperando lá. De todos os lugares que o hotel me leva New Orleans nunca está na lista. Droga de Katrina! Pelo menos quando voltar estarei mais perto e teremos mais chances de nos vermos.

Além disso, posso ter visitas essas férias de verão. Quem sabe quando voltar para Edinburgh em julho alguém não esteja me esperando lá.

Well, time to go good fellas,

Espero voltar com mais freqüencia com mais notícias e coisas a falar sobre o mundo. Enquanto isso apreciem uma vista do Estratosphere, grande torre em Las Vegas com mais de 100 andares e uma bela visão do que a cidade se tornou. Que minha próxima atualização seja de Edinburgh

Sunday 8 March 2009

Coffee Break



Yeah, depois de bastante tempo sem vir aqui, estou de volta. Pela minha ausência provavelmente ficou claro que essa última semana não foi uma das mais normais. Voltei dos EUA no dia seguinte do meu último post, simplesmente para encontrar uma bagunça no hotel. E como sempre, problemas, mais problemas para resolver. Ando trabalhando muito, não somente na parte de recepção e concierge, mas nos eventos, e fico feliz em avisar que teremos muitas surpresas a caminho! Mas no momento, tudo o que eu preciso é um break disso tudo.

Ontem não aguentei. A tarde as coisas sairam de meu controle. Parece que quanto mais a gente quer ajudar as pessoas, mais trabalho elas nos dão. É fácil subir em cima de uma pessoa boa, afinal ela não reclama. Claro que não reclamo, adoro meu trabalho. Mas tem ficado tão exaustivo. É como se minha vida pessoal não existisse mais, já que ela tem se juntado ao meu trabalho, e agora tudo o que sou é aquilo que as pessoas vêem durante os eventos, no escritório, no lounge do hotel, eu um cabaret constante e inacabavel. Viajo pelo mundo inteiro em eventos, conheço pessoas diferentes, vivo situações inusitadas, apenas para descobrir o quanto eu aprecio sair a noite para ir em um pub, simplesmente se divertir sem preocupação alguma, sem realmente ter que vestir o terno e colocar uma fachada em mim. Eu não mudo muito do que eu sou nessas festas e eventos, mesmo assim a fachada existe.

Agora estou nessa pequena pausa. Ontem fui no Klacker, irish pub aqui perto. Foi bem divertido rever meus amigos. Mas falta alguém ainda nisso. Um alguém que está muito distante, e aparentemente tão envolto em sua vida profissional quanto eu. Gostaria de tomar um café com você agora, gostaria de pode encará-la nos olhos enquanto falo isso, gostaria de tê-la comigo nos eventos, nas festas, no pub, em todos os lugares. Quem sabe um dia.

No momento sinto uma calmaria. É bom parar um pouco. Quando voltei para casa, nem subi para o apartamento. Simplesmente entrei nos jardins da universidade, deitei no gramado e observei as estrelas. O tempo todo não consegui parar de pensar, será que ela estava observando as estrelas também?

Sunday 15 February 2009

Casino Overture




"E assim começa mais um evento que todos tanto esperamos, mesmo sem saber. As cortinas se abrem revelando o belo portal, cujas suntuosas colunas de mármore funcionam apenas como um prelúdio do que jaz ao final das escadarias tão supremas quanto o prédio onde se localizam. O tapete vermelho com detalhes dourados estimulam nossa entrada ao mundo onde dia é noite e noite é dia, um mundo onde nossos maiores problemas são nós mesmos, dinheiro é apenas um símbolo para os prazeres que tanto almeijamos intrinsicamente, amedrontados para o julgamento que o mundo nos passará se revelarmos. Isso não existe aqui, não. Bem vindos ao cassino! Open bar, garçonetes cujos corpos talvez atraiam mais do que os sifrões espalhados pelo salão. Aqui todos se escondem, aqui a vida é uma mascara, mas sua mascara não existe. Ela some perante a tentação enquanto voltamos aos mais naturais de nossos instintos e à pior de toda nossa luxúria.

Ninguém quer sair. Para que? O mundo lá fora é ruim demais. Aqui há esperança, aqui há desespero, aqui há salvação, aqui há perdição. Para que se esconder, já que aqui todos estamos escondidos juntos, escondidos da realidade que nos torna aquilo que não somos. Ser aqui é diferente de lá. Se ao menos lá fora tudo fosse melhor. Se ao menos lá fora pudessemos fazer o que queremos, gritar e sermos ouvidos, seguir nossos instintos e aquilo que nos difere de todos os outros animais, nossa imaginação. Dançar, pular, atuar, viver, essa é nossa vida. Essa é nossa dádiva. Esse é nosso pecado.
E aqui estamos.

Quero jogar

Quero ganhar

Quero poder

Quero todas à minha volta

Quero ser eu mesmo

Tudo está se perdendo. Se lá fora fosse melhor, não precisaria ser tudo isso somente aqui!

Tudo está se perdendo.

Quem sabe na próxima.

Na próxima eu venço!

Quem sabe agora!

Acabou."


Sejam bem vindos ao cassino! ;)

Aqui fora não é diferente. Lá dentro é diferente. Aqui fora não é igual. Lá é igual. E assim marchamos perante uma vida que não é nossa, perante um futuro que não é nosso, sempre esperando que na próxima sejamos felizes, cada vez de distanciando mais daquilo que mais queremos.

Quem sabe na próxima...

Monday 9 February 2009

Top of the World Cocktail




Hello my dear friends

Escrevo hoje da big apple para anunciar um grande evento. Vamos lá, vistam as suas roupas mais quentes e charmosas para me acompanhar ao topo do mundo moderno para um cocktail ao por do sol no observatório de um dos prédios mais famosos do mundo. Uma mistura de turistas de todo o globo passeiam por um local já encantado pelas cintilantes luzes de Manhattan. Não se esqueçam de seus binóculos, há mais do que pernas bonitas e rostos diferentes para serem admirados lá. O sol, quase esquecido pelos habitantes de New York acaba seu arco nas industrial New Jersey, dando seu último suspiro na costa leste dos Estados Unidos e anunciando o fim de mais um cíclo para aqueles que caminham pelas ruas da cidade. Fim de um ciclo, não necessariamente da vida da cidade, já que ela não para nunca. Admirem enquanto se deliciam de gostos de todo o mundo a vista do Hudson River, com suas correntes tão claramente vistas lá de cima. A medida que o céu se escurece, não são essas correntes que chamam atenção mais, mas sim o incessável movimento de carros pelas grandes avenidas de Manhattan. Movimento tão contínuo, tão cíclico e frenético que até parece uma continuação luminosa das frias águas do Hudson.

Com o fim da luz do dia, o frio das alturas atinge o observatório no octagésimo sexto andar do Empire State. Segurem seus chapéus, senhores, e suas saias, madames, pois o vento não vem de lado aqui em cima, mas sim de baixo. E é exatamente para onde ele nos leva que temos que ir: o gran finale da noite. Seguindo pelo antigo elevador da torre iremos ao local onde King Kong deixou sua marca simplesmente para admirar Manhattan em toda sua grandeza: O centésimo terceiro andar. Sim, parece um navio. O movimento, apesar de quase não sentido por nosso corpo, é sentido por nossa mente, trazendo a sensação de estarmos em um grande navio. Isso se intensifica pelas grandes estruturas de metal da torre, 360º de vidro. Será que não é? Afinal lá de cima podemos navegar pelo centro do mundo moderno em uma visão panorâmica e com certeza inesquecível. Aproveitemos o luar e as estrelas, tão raras nesse local, enquanto absorvemos todo o oceano da cidade em uma luxuosa noite no topo do mundo.

E claro, impossível, mesmo daqui de cima, não pensar nela =)

Thursday 5 February 2009

Party Paradise


Bonsoir mon'ami

Depois do que eu posso descrever como sendo talvez as melhores duas semanas de minha vida, estou de volta. Claro q passei por um processo de convencimento antes de fazer esse site, mas MJ e Henri acabaram vencendo.

Existem coisas inexplicaveis na vida. As vezes elas acontecem de repente, as vezes demoram. Mas existem, presentes de uma forma ou de outra. Essa é a beleza do inexplicavel. Podemos contar sempre com ele, tenha certeza, ele sempre estará. Exatamente isso que a trouxe para mim e que continua nos mantendo juntos mesmo por nossa distância, diferença e até mesmo incapacidade de nos comunicar sempre (talvez mais um motivo para esse blog existir). E assim foram as últimas semanas, um sonho inexplicavel ao lado daquela que amo além de tudo existente.

E é através desse post que desejo comemorar o que chamo de Party Paradise, ou seja, aqueles momentos que duram pouco mas são incrivelmente significativos para nós. São as festas que damos em nosso próprio paraíso, com aqueles que amamos, já que eles são nosso paraíso né? Convido todos a participarem dessa festa. Eu participei, e sério, vale a pena ^^

E a medida que o relógio da noite continua caminhando em seu rítmo constante, a hora de eu ir se aproxima. Amanhã (hoje?) será mais um longo dia no hotel. Espero voltar com mais histórias quando der.

Ah, e não se esqueçam de se vestir adequadamente para a festa =)

(correção de meu português pobre feita por ninguém menos que a Henri, minha grande professora dessa língua tão difícil haha)